domingo, 18 de junho de 2017

Viver sozinha

A necessidade de escrever e exprimir sentimentos só aparece quando parece que tudo dá errado.
Não sei mais como arranjar forças, quando consigo finalizar alguma coisa aparecem outras mil para resolver.
E nada parece ter um desfecho.
Mãe, no meio de tudo isto acabo sempre por pensar em ti e desespero no meio de lágrimas por pelo menos poder sonhar contigo, mas nem isso acontece. Só queria isso, ver-te. Tudo parece ter menos valor quando penso na falta que me fazes e no entanto, é triste fazer comparações de todos os males da minha vida e ver o que teve maior peso.
Estou quase a finalizar mais um ano, mais um ano a passar a tudo, mais um objetivo, e não me sinto feliz nem tão pouco realizada. Eu consigo tudo com dedicação e esforço mas como é que isso não é suficiente para me sentir satisfeita?
Aquelas perguntas retóricas, seja pelo facto de tu nunca me poderes responderes ou por ser eu a única pessoa que possa responder.
Se há coisa que aprendi que gosto é de viver sozinha, é de ter a liberdade de poder estar à vontade, sem regras, sem ter de responder a ninguém, de cantar alto, de andar vestida como quero, de arrumar a casa às 2h da manhã que ninguém se importa, de poder chorar sem ter de me esconder ou ser sobrecarregada com perguntas sobre o que se passa. Mas porquê que no meio disto tudo são inumeras as vezes que dou por mim a olhar para o vazio durante horas, a adormecer no sofá só porque fico sem forças para me levantar e terminar tudo o que planeei fazer, a chorar seja a ouvir uma música, ou deitada na almofada. E as insonias mãe, há noites que não durmo por nada, não sei o que é um sonho bom, uma noite bem dormida. Há outras noites que acordo quase de hora a hora e nada me faz levantar, sinto que é quando desisto de suportar outro dia, da rotina, de ter de encarar todas as minhas obrigações fora da minha porta. Será que estou a desistir? E este espaço é o meu esconderijo?
As manas têm a sua vida, os seus filhos, os seus trabalhos. E eu mãe? Queria-te ter a ti. Só queria o teu abraço e sentir que tudo ia correr melhor.

sábado, 15 de abril de 2017

Azar

Boa noite mãe...
Gostava de saber como eu, uma pessoa extremamente controladora da sua vida, perdeu o controlo de tudo. Neste momento não sei por onde começar. Existe tanta coisa por resolver e tu sabes que nunca fui pessoa de deixar coisas a meio. Mas tudo o que tenho vontade é de desistir.
Penso que quando toda esta onda de azar em que a minha vida se mergulhou começou realmente, eu não estava atenta o suficiente para a acalmar e agora tenho tudo virado do avesso. 
Sinto que por mais que tente nada chega a ficar concluído, não consigo arquivar nenhuma coisa quando há tanto para resolver. Posso desistir agora? Sou eu forte o suficiente para superar? 
Não existe motivação e positivismo que me consiga deixar calma o suficiente quando tenho a noção que os dias, as horas não são suficientes para conseguir que tudo tenha um final suficientemente satisfatório. 
Por vezes a minha memória falha em relação aos inúmeros problemas com que estou a lidar e por mais que me apeteça desistir, por mais que me apeteça dormir, hibernar, esquecer ou perder-me no álcool tenho sempre noção que devo ser mais forte...
Mas como poderei ser forte se quando chega ao final do dia, quando estou sozinha e penso que sou capaz de resolver alguma situação as lágrimas não param de cair? Isso acontece porque sei que por mais luta que assegure nem tudo depende de mim, mas nunca conseguirei confiar na sorte outra vez.
Sempre fui uma pessoa que acreditou na típica frase popular "depois da tempestade vem a bonança" mas quando? Não sei até que ponto sou capaz de esperar mais. 
Conheces-me, sou forte, aguento todo o tipo de dor, sem precisar de ninguém, mas como é que eu, essa rocha independente está a enfraquecer e amolecer tanto? 
Nunca fui pessoa de precisar de um dia para me esquecer do mundo, ou de alguém para me abstrair dos problemas por isso não sei o que me está a acontecer, não sei quanto mais aguento quando todo o meu corpo me diz que está na hora de desistir, de deixar alguma coisa ser levada pelo azar, que está na altura de me adaptar às consequências.
Sei que tenho sido a pessoa mais resmungona, que não para de reclamar do quão má a vida consegue ser, mas só o sou porque preciso de pelo menos libertar alguma da frustração. 
Sempre fui capaz de aguentar dias e dias de trabalho, sem descanso, sem nada para me motivar, sem uma recompensa, porque sei que toda a luta iria ter algum valor no final mesmo que distante, mas e se desta vez não tiver? Nem com o positivismo todo que mantenho para aguentar o meu dia a dia sem desistir, consigo ver um final feliz...
Mãe, diz-me que é só uma fase, diz-me que tudo vai correr bem, que tudo acaba por funcionar com luta e persistência!
Dá-me um sinal em relação ao futuro que nem tu própria conheces, mas da-me alguma coisa que não me deixe desistir, uma palavra de carinho, de calma como só tu poderias dar.
Mãe... devias estar aqui.

Jéssica Pera
16/04/2017
2:30

sexta-feira, 10 de março de 2017

Faltas tu

Mãe:
Reparei que sempre que escrevo me quero dirigir a ti. Será a minha forma de tentar reduzir as saudades que tenho de falar contigo?
Não sei como estou, seria demasiado complexo tentar explicar-te... Mas eu estou bem, estou viva, estou a viver os meus dias sem pressas do futuro e sem pensar sobre o passado, mas mãe... tu estás no passado e como poderei viver sem a tua presença?
Queria o teu boa noite ao dormir. Que me dissesses que tudo irá correr bem. Tudo está a correr bem, mas continuas sem aqui estar. Já passou 1 ano, 3 meses e 11 dias sem ti. E ainda dói...
Não sei como é possível conseguir viver com um vazio constante, mas vivo, falta sempre algo. Faltas tu.
Hoje não é um bom dia para me conseguir exprimir de nenhuma forma, só sinto lágrima após lágrima a correr todo o meu rosto em silencio, desde o momento em que escrevi a palavra"mãe".
Mas mãe, eu não estou constantemente assim, só que há momentos em que preciso de tentar, seja de que forma for, te dizer a falta que me fazer diariamente...
Podes voltar aos meus sonhos? Só quero que me sorrias e por um momento, pense que nunca foste embora...
Eu aguento tudo, sem problema nenhum, mas não aguento estar sem ti.
Já não sabia o que era chorar assim, parece que tudo dói, parece que não tenho força para nada... Parece que fiquei sem chão, que não tenho onde me agarrar... É um buraco negro constante que me suga cada vez mais... Dói sempre...
Mãe, deixas-me, nem que seja num sonho, ir para perto de ti?


Fazes-me falta! Até já, espero por ti no sonho...

Jéssica Pera
01:26
11/03/2017


Olá mãe...
Tenho tanto para te contar que ao começar a escrever isto já sinto os olhos a serem inundados pela falta que me fazes
Não sei como estou a aguentar, tu saberias como me fazer sentir melhor.
Sinto a minha vida a voltar ao passado e o problema é que estou a gostar.
Tenho medo mãe... medo de me iludir outra vez.
Não quero ninguém, não quero filmes, controlos ou lágrimas de desgostos e por isso optei por estar sozinha.... Mas agora sinto-me demasiado sozinha... Sinto falta de alguém, mas não a tempo inteiro, só quero alguem que me faça sentir bem e me acarinhe mas não quero tudo o que isso trás atrás.
Sinto-me uma criança neste momento... E eu sou demasiado adulta. Hoje tive a minha primeira aula de código, cheguei-te a contar? Consegui pagar a carta, estou tão feliz por iniciar mais uma pequena fase da minha vida.
Sinto que só ocupo os meus dias com trabalho, nunca descanso, passo tempo sózinha, já nem me sei divertir. Lembras-te quando ia todos os dias ao café? E que adorava esses tempos? Já não consigo, estou a mudar nesse aspeto e não gosto. No entanto, estou a conseguir concretizar outros objetivos que têm um prazo ainda longo. Acabar o curso em 3 anos, estou quase a meio desse objetivo.
Só queria um abraço... O teu.
Dá-me um abraço e chora comigo.

10/01/2017

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Sonhos cor de rosa

Já passaram nove meses...
Nove meses sem ti.
Não sinto o teu cheiro desde aí, não te ouço, não te vejo.
A tua pele, o teu sorriso, os teus olhos claros.
E no entanto não me lembro a todo o momento, quão triste será isso?
Sinto o nó a voltar, aquele nó que me fecha a garganta e não consigo desfazer.
Acho que não sei o suficiente sem ti, tantas perguntas que ficaram sem resposta.
Não devias ter ido embora, ou devias, como poderei saber se estás melhor? Não estavas bem aqui, mas estás bem aí? Não será o "agora está melhor" apenas um reconforto para nós que te perdemos?
Gostava de te abraçar, de te ouvir a rir ou a resmungar. Gostava de te sentir presente, saber que estás bem.
Falo de ti sempre como "a minha mãe" quando vou contar alguma história, porque acho que o falecimento não deve significar que desapareceste, assim mantenho-te viva e eterna.
Tenho usado muita roupa que te pertencia e pergunto-me porque nunca te pedi emprestado algumas das peças. Não quero que sintam pena de mim, tudo o que queria era estar um pouco mais contigo.
Não tens aparecido nos meus sonhos sequer, talvez assim te recordasse melhor, e se apareceste, não me lembro. Sei que os vídeos ajudam, mas por mais que os repita e repita, eles não continuam, acabam naquele minuto, naquele segundo, tendo apenas um breve momento da tua vida registado, duma única prespetiva até que volta ao íncio e acaba da mesma forma. Como será justo isto?
Nada me parece justo.


Queria que me desses a opinião em relação a muitas coisas, decisões importantes que tenho que tomar. Tenho idade o suficiente para decidir mas era só uma opinião, uma perspetiva que só tu terias porque só tu terias o pensamento como mãe.
Quando chegarei ao momento em que sinta um alivio por saber que estás melhor? Será que chegarei a sentir? Só sei que não sabia o que era perder alguém até tu partires e dói como se uma parte de mim estivesse sido arrancada, como se nunca fosse curada. Devias estar aqui, ou não. Não quero parecer egoísta mas fazes-me tanta falta...
Tenho tanto para te contar, tanta coisa aconteceu em nove meses e tu não podes sequer aconselhar-me, devias poder.
Entristece-me saber que não aproveitas-te nada da tua vida e ainda mais entristece-me nem sempre me lembrar de ti.
O nó continua apertado e não se solta por nada.
Acho que nunca o vou conseguir soltar...
Só eu sei a falta que me fazes, as saudades que tenho de todo o tipo de presença que tinhas na minha vida...
Espero sonhar contigo.
Amo-te mãe, sonhos cor de rosa

6:48
30/08/2016

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Mãe...

Mais um dia.
40 dias mãe, 40!
Devias estar aqui comigo, a não me deixar dormir por quereres conversar...
Tenho saudades disso.
Devias estar aqui a ajudares-me a entrar à socapa para o pai não saber que cheguei tão tarde.
Devias estar cá, comigo.
Ias estar orgulhosa de mim, vou trabalhar amanhã outra vez, tenho andado responsável, tenho tentando.
Mas queria-te aqui.
Ainda não tinha sido capaz de deixar isto sair apenas do pensamento, tem sido difícil, sabes que sou a mais forte das três.
Faz-me bem falar contigo. 
Tudo o que te contei no cemitério tem-me ajudado a tentar compensar a falta que me fazes.
Não sei como reagir com o facto de nunca mais poder chamar de mãe a alguém! És única, tu bem sabias.
A pulseira que tinhas com pérolas anda todos os dias comigo para qualquer lado, só para te sentir mais presente.

Mãe... Mãe.
Tenho saudades de receber uma resposta ao repetir este nome.
Tu ias ficar orgulhosa, só nos deixaste quando achavas que não precisamos de ti, quando estávamos mulheres formadas e com rumos.
E obrigada, por tudo, por todos os meus vinte anos! Sei que fazias tudo por mim, pelas ruas meninas.

O natal custou mais mas fiz como querias, passei com a tua parte da família e o pai. Mas acabou cedo, já sabes como é... Lançamos dois balões brancos com um néon, tu viste? Chegou até ti? 
O que me dá paz é saber que já não estás a sofrer, não sofres mais! E obrigada por teres esperado pelos teus últimos momentos por nós, para estarmos ao teu lado... Essa parte custou e ainda dói na garganta, custa a desprender o nó que se formou. Foste com tempo e deixaste-nos despedirmo-nos enquanto ainda estavas quente, é bom lembrar-me dessa sensação...


Já escolhemos a fotografia da campa, foi  difícil mas conseguimos, estavas linda. Ainda vias nessa altura, se visses agora ias adorar.



Nunca tinha perdido ninguém, é injusto teres sido a primeira, é injusto ter sido das tensões com tantos problemas, é injusto não ter podido falar contigo antes e é injusto não me lembrar do teu sorriso agora...
Ainda tenho um vídeo que estou a dar a papa à Matilde e consigo ouvir teu riso, a tua voz!
Tenho visto as tuas fotografias, inúmeras vezes... Porquê que temos fotografias tuas que eram da avó? Tu bebé,  o teu batizado, escola, comunhão, tu com a minha idade mais ou menos. É difícil saber que só coisas que tu sabias nunca mais te posso perguntar, devia ter feito mais perguntas. Devia ter aproveitado melhor a tua última semana, mal estive contigo.
Mas sei que estavas linda, disseram-me, e que conseguiste ver as pestanas da Matilde, é tão bom teres um último dia feliz e bem. Isso dá-me alguma paz. Algum conforto.
Gostava de te mostrar os meus filhos um dia, de que fosses ao meu casamento, de te apresentar com quem quer que ficasse. Gostava da tua opinião, tinhas sempre razão sobre toda gente...

Não tenho conseguido ir ao cemitério, é difícil com o horário da faculdade, odeio isso, adoro conversar contigo quando lá vou enquanto fumo o meu cigarro. Não é fácil falar sem te ver, é vazio, mas a Cátia mete sempre uma fotografia tua no telemóvel dela, só enquanto não metem mármore.

Adoro sonhar contigo, quase te sinto, parece um sinal de que estás feliz, onde quer que estejas.
Dói saber que não estás aqui.
Devias estar aqui comigo.
Mais um dia...

09.01.2016
5:45

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O dia e a ferida

Era hoje.
Não consigo pensar noutra coisa. Talvez eu seja demasiada masoquista ao tornar os dias tão importantes para mim, mas era hoje.
Nunca vou esquecer esta data. E se alguém me perguntasse à uns anos atrás se iria ser feliz hoje, eu diria que sim com toda a certeza do mundo. Saberia com quem estaria, como me sentiria, como festejaria. Hoje era o dia.
Eu sei que a mudança é algo incontrolável. De ano para ano cresci, mas eu tinha tanta certeza. Talvez por sonhar tanto e por ter tantas expectativas.
É um dia bom porque me tornei eu outra vez, sem ter que dar nada a ninguém. Voltei a ser da mesma forma e a olhar para mim em primeiro lugar. Isso faz com que não tenha vontade de chorar. Já não choro à dias, será bom não deitar para fora todas as frustrações? Afinal hoje era o dia em que deveria chorar. Mas hoje é o dia em que me sinto neutra. E faz-me triste não sentir, será que faz algum sentido?
Hoje vai ser um pouco clichê, vou comer gelado até me fartar, ler um romance até o finalizar. E que ironia: o livro que tenho na minha mão aberto na primeira página no primeiro capítulo tem o nome de : "O dia em que te esqueci"...
Não digo que já chegou a esse dia, porque a verdade não é esta de todo. Mas então mudarei para o dia em que percebi que terei de te esquecer.
Acho que passar este dia sem um sinal de afeto me acorda para a realidade, por mais que ultimamente eu tenho fugido dela. Não fiquei em casa nenhum dia a lamentar, tentei todos os dias seguir a minha vida, mas mesmo que me pareça ter sido naturalmente, será que o foi?
Hoje é o dia que pensei que iria chorar, perder-me numa imensidão de lágrimas que me escorreriam pela cara e terminariam em qualquer parte do meu corpo, sufocando-me pela libertação da dor.
Mas hoje, não sinto. Tenho medo que apenas tenha criado um escudo, uma ponte em que percorrem todos os sentimentos maus e que se acumulam em alguma parte do meu cérebro, sem nunca chegar aos meus olhos. Serei assim tão fria? Foi assim que me tornei? Tão longe de sentir...
Este escudo poderá esconder tudo mas e se rebentar?
Tanta pergunta sem resposta...
Sinto-me totalmente mal pela resposta que lhe dei de madrugada. Como "A prioridade sou eu", sem me aperceber de que dia é hoje. Disse-lhe que o apoiava por escolha. Isto não se diz... E logo neste dia, em que ele me procurou para o apoiar dos sentimentos que a nossa separação lhe causou. E por ser este dia.
Foi quando me respondeu "Secalhar eras mesmo tu que vestias as calças xD" nem me apercebi de que estava a agir sem sentimentos, com frieza, sem amor.
Talvez tenha bloqueado tudo para não sentir. Ou talvez tenha já sofrido tanto por antecipação que amenizou a dor... Ou talvez só não queira ter de te tentar "esquecer à viva força, como quem arranca as crostas de uma ferida que ainda não sarou." (Palavras da primeira página do livro, não minhas...).
Não sei o que seria melhor, deprimir em casa no meio de tantas lágrimas, a dor na alma que a separação e o desgosto me provocou ou estar como agora, desviando-me da realidade, sem sentir, ser fria ao ponto de não me deixar ir abaixo. Será que não serei capaz de sentir por não tocar na ferida?
É nestes dias que tenho saudades de lágrimas, sentir faz bem, chorar limpa-nos a alma, levando todo o sentimento mau... tenho saudades de quando parava de chorar, depois de tantos soluções, gritos, dor... Adoro o momento de limpar as lágrimas. Ilumina tudo e descomplica o complicado. Simplifica os meus pensamentos e decisões, torna-me uma pessoa segura do que quero, tal como se tivesse fora dos efeitos de droga que damos pelo nome de "amor".
Serei eu que não me permito sofrer? ...será realmente um escudo que criei? Que ao não pensar nem relembrar, tornando-me fria, sem arrependimentos, sem sensações? Cada vez mais me sinto como um robô do que como uma pessoa. Mas também não devo agir como se é aceite pela sociedade, não faço parte de médias nem do geral. Não tenho de sentir a dor só porque acabou, pelo menos sentir da mesma maneira, ou tenho?
Sou eu, a agir da minha forma, suportando um desgosto de amor, talvez mais tarde expluda numa imensidão de lágrimas que me faça hiperventilar, com a melancolia, saudade e arrependimento que me raspam a ferida sem sequer esta ter curado.
É a minha maneira de suportar.
No entanto estou triste, tal como acabei a conversa com ele nesta madrugada quando me apercebi que dia era hoje...:
"... Eu sei que dia é hoje e custa
Desculpa pelo que disse ..."
E nunca mais deixei de o saber. Ainda sei que aconteceria hoje se me perguntassem à uns atrás.

Porque... Era hoje.

Jessica Pera
19:05
06.07.2015

terça-feira, 30 de junho de 2015

Simplesmente eu

Sou simples.
Sou como todas as mulheres, que sentem mais do que dizem.
Sou um turbilhão de hormonas que distorcem os meus atos de dia para dia.
No entanto, sou simples.
Gosto das mesmas coisas que sempre gostei e basta um pouco de carinho para sentir afeto.
Mas nem sempre vou deixar que me dêem esse carinho pois tenho medo de me magoar.
De todas as mágoas que senti, de todos os momentos que chorei interminavelmente, com uma playlist em modo aleatório de músicas que dizem tudo o que estou a sentir e que fazem sentir mais, isso, com as inúmeras vezes que aconteceram tornaram-me mais fria e por isso não esperes que deixe que isso aconteça tão facilmente. Não me posso tornar mais fria. É injusto para quem tiver de viver comigo aos 40.
Sou tão simples que um fogo de artifício faz com sorria, nem sempre com os lábios, mas principalmente com os olhos.
Não sou pessoa de sorrir, sou teimosa e mal-humorada.
Eu sorrio com os olhos, os meus olhos são realmente o espelho da minha alma. E se reparares em pormenores vais conseguir ve-los a brilhar.
Não esperes que chore de todas as vezes que estou triste, repara como está a minha disposição, eu quando estou triste tenho arrepios. Acho que é por isso que não gosto do frio, faz-me lembrar do que é estar triste.
Gosto do quente, do verão. E um bom clichê poderá fazer-me feliz. Sem planos. Só uma ida à praia a meia da noite, Um passeio à beira mar.
Sempre que posso, saio a meio da noite sozinha, adoro essa sensação de liberdade e de um pouco de perigo. Torna-me viva e aterrorizada mas viva.
Basta uma noite inteira só de conversa que consegues arrancar algo honesto da minha parte, mas tenho de te ver fazer o mesmo para assim confiar em ti.
As noites são traiçoeiras, posso dizer tudo o que não digo durante o dia, mas porque considero a noite uma confidente. E porque me sinto segura, quase como se estivesse a viver um sonho.
Gosto de liberdade, de viajar sem destino, nem que seja visitar um café novo. Gosto de imaginar que um dia vou escrever um livro sobre quando pegar numa mochila e viajar por todo país, sem destino.
Planeio o meu futuro de acordo com a luta constante pelo meu percurso acadêmico, quero trabalhar e ter uma vida estabilizada mas não é isso que me deixará feliz.
Gosto de um bom jantar de sushi, um cigarro, um dia a tirar fotografias, uma noite a olhar para as estrelas ou uma conversa longa. Mas também gosto de um filme romântico, junto da minha melhor amiga, o choro constante e um gelado enorme com apenas duas colheres.
Gosto de ver o pôr do sol, e duma boa direta com ida à pra depois duma noite a beber.
Gosto de uma boa bebedeira, de me rir, desanuviar e abstrair ao beber todos os shots da lista, com uma ida atribulada para casa, até cair na cama, nem que tenha de vomitar pelo caminho, isso nunca me vai parar.
Adoro acampar e experimentar coisas novas, festivais, um bom churrasco ou uma noite numa casa com amigos a jogar poker, beerpong, uma sueca ou até mesmo monopólio.
Gosto de ir a museus e ouvir a guia, adoro história, principalmente se for de arte. Adoro jardins, as árvores de primavera e o som dos pássaros. Mas também adoro uma boa noite de conversa na praia com um fundo de trovoada, vou sorrir e rir quando vir um relâmpago perfeito por mais triste que seja o tema de conversa.
Gosto de mimos antes de dormir, mas também adoro dormir para o meu lado, com espaço nem que ocupe uma cama de casal inteira.
Gosto de planear, de decorar datas e de organizar todas as pastas do computador, com os dias e nomes de pessoas. Não esperes que vá a um sítio novo sem pegar na cânon e encher toda gente com flash, adoro recordações e adoro recordar, a nostalgia mostra que vivi algo que valeu a pena, que melhor maneira de me sentir realizada.
Gosto de beber chá, ou chocolate quente, num dia chuvoso embrulhada num cobertor quente, com um pijama horrível enquanto vejo um filme.
Adoro desenhar e ver uma boa série, vão-me abatrair da realidade é isso é algo de que preciso as vezes.
Adoro escrever, muitas vezes chorar a escrever, as palavras libertam-me um pouco da dor como se fosse um medicamento natural que me ajuda a baixar a febre.
Vou discutir se tiver com ciúmes e adoro ouvir elogios, e se estiver com TPM vou chorar porque não tenho tabaco ou porque ainda não saiu um novo episódio da minha série favorita. Ou então vou discutir com quem me irritar com um gesto ou não me der razão só porque isso me vai irritar mais do que o normal.
Vai haver dias que vou ficar em casa sem sair da cama, vou estar em modo ressolha, sem sequer tomar um banho, em que só quero fumar e ver uma série deitada na cama.
Outros dias, por nenhuma razão, vou fazer a depilação toda, vestir a melhor roupa, maquiar-me calçar uns sapatos e vou adorar ser observada e receber elogios, mas bons elogia não pioropos, e vou adorar sentir-me desejada.
Sou perguiçosa, chata, resmungona, teimosa, tenho sempre razão em tudo, mas se me fizeres gostar um pouco de ti, serei mais suportável.
Enfim, sou simples e no entanto sou mulher.

21:47
30.06.2015


domingo, 28 de junho de 2015

Sinto que não sinto.

Sinto falta. Falta de sentir.

Deparei-me com uma pessoa que não reconheço. Eu tinha vida. Era apaixonada, forte, invencível.
Hoje sou só eu, mais uma pessoa. Que não sente.

Já não vivo dependente do passado, nem com ele em consideração, vivo em função do futuro. Mas quando poderei viver o meu presente? É isso que preciso.

Quero emoção, adrenalina, sentir que vou fazer algo que me deixa eufórica. Sentir o nervosismo miudinho porque vou fazer algo diferente, sentir que valho a pena. Sentir a ligação entre as coisas e surpreender-me principalmente. Quero, quando feliz rir até as lágrimas caírem por o ar quase não chegar à boca, e quero, quando triste, chorar em alto e bom som para que todos sintam a minha dor.

Ter algo para contar. Ter algo que valha a pena escrever num diário. Ter algo que me faça ficar envergonhada, que me sufoque tanto por sentir que só no fim do dia o possa ordenar na minha cabeça, que seja o meu pensamento antes de ir dormir, e o motivo para acordar.

Eu sinto que não sinto, e a única coisa que sinto é a falta de sentir.

Vida. Preciso de voltar a viver. E não se vive sem emoções. Não se vive neutra.


29.06.2015
01:33

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Quero

Não consigo. Não me mexo.
O mundo não para, vejo o movimento de todas as pessoas a passar por mim. E mesmo assim não me mexo.
Estou neste momento como preciso de estar.

Fones. Música. Óculos de sol.

Não ouço mais ninguém para além da voz nostálgica que toca aos meus ouvidos. Tenho vontade de soltar tudo e falta-me energia. Não quero fazer nenhum esforço para além de respirar pois todo o resto não importa. Só o essencial.
Ter medo é bom, porque significa que tenho algo a perder. Mas o medo não me deixa transparecer mais nenhum sentimento. Só consigo olhar, mas não me mexo.
Quero libertar o que tenho tentado não me focar, tudo o que me magoa, mas acho que vai doer mais.
Deixei chegar a este ponto, sem controlo sobre o resto. Sobre a minha vida.
Acabei uma etapa mas não me sinto realizada. Tenho medo de perder mais. Sei que estou a perder aos poucos e não sei como gerir isso.

Quero desfazer o nó. Quero ser capaz de levantar a cabeça e andar em frente, sem parar, sem olhar para trás. Quero saber tomar decisões. Mas continuo a ter medo.
E se não me mexer não posso errar.
Deixei andar e perdi o controlo de tudo. E agora preciso de tomar uma atitude mas continuo a querer estar aqui, como preciso de estar.

Quero sentir tudo para depois não sentir nada. Quero ter vontade. Quero escrever porque não consigo falar. Quero saber. Quero ser forte.

¨Only know you've been high when you're feeling low¨

Consegui. Uma lágrima.

06.06.2015
04:36

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal

Deprimente, é a definição para mim neste momento. É natal, no entanto isso perdeu todo o significado, festa de alegria? não, apenas mais um dia, em que nos juntamos, falamos e aguentamos, desta vez nem a meia-noite foi intusiasmante, muita gente faltou mas nem foi a falta delas que tornou este natal o pior da história, mas sim a disposição das pessoas presentes. É triste. A comida, nem isso me animou. Quando fui jantar, mal conseguia engolir, mas forcei para acompanhar os restantes, cheguei a meio já não era capaz de comer mais. As horas seguintes foram quase em silêncio ou conversas paralelas de como a vida corre mal, os doces mal lhes toquei, a vontade era miníma. No meio de isto tudo, não houve a encenação do pai natal, também quase não existiam prendas, chegou à meia noite, abri três prendas e todos nos levantamos, arrumamos e dirijimo-nos para casa, que rico natal, ah? Tantos dias de decoração pela tradição e só durou tanto porque eu insisto pela chegada da meia-noite para abrir as prendas. Sim, porque só eu, e as minhas irmãs é que recebemos prendas e levamos para abrir em família, o resto ou deixou em casa, ou não teve direito. Nem tive vontade de tirar fotos, tirei três ou quatro pela simpatia e se formos a ver, as caras aborrecidas das pessoas dizem tudo. Também cheguei lá a chorar, mas isso já vem de outra história, o meu namorado, que não está nem esteve minimamente presente nos últimos dias. Recebi meias, comi uma rabanada, esperei pela meia-noite, no entanto a tradição costumava ser felicidade, desta vez, foram robôs a agir como deviam e não como queriam.
Já estou em casa à bastante tempo, no entanto, nem isso melhorou. Não existiu um jogo, um sorriso, um filme em conjunto, uma brincadeira, ou alguém vestido de pai natal, existiu um jantar, e pessoas a dormir outras a chorar enquanto a meia-noite não chegava, uns a jogar no computador, outros na psp, outros a vêr uma serie no telémovel, todos à espera ansiosamente, mas não pela alegria da passagem de dia 24 para 25, mas sim para puderem ir dormir. Que deprimente, que triste. Feliz Natal ou Triste Natal já nem sei o que desejar.

Jéssica Pera 
01:08  25.12.2013 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cada parte

Hoje chorei, cada lágrima foi por vocês, por vos perder sem ainda vos ter perdido.
As lembranças que vos darei, sempre pensei que vos mostraria que ate lá pensei em todas vocês, no entanto nunca pensei no cenário em que vos iría entregar. Será uma recordação mas talvez não pelos melhores motivos.
Depois de tudo pensei que poderia durar mais, mas talvez fosse o meu erro.
Foi tudo ótimo e ao mesmo tempo destrutivo, só nunca me quero voltar a apegar a ninguém, a solidão torna-nos fortes tal como a desilusão e a magoa e isso deram-me.
Lembrem-se de tudo de bom pois é provável que nada volte a ser igual. Tenho pena que tenham errado, eu errei por guardar isto tanto tempo.
Ainda hoje tive uma conversa em que me disseram que nenhuma de vocês me tinha desiludido em nenhum aspeto, no entanto, a que faltava conseguiu faze-lo hoje.
Acho que não é caso para felicitar.
Boa sorte, desejo uma vida ótima a cada uma.
Para sempre vos vou amar, irmãs enquanto durar.

Jéssica Pera
14.08.2013
05:14h

sábado, 16 de março de 2013

Esperar

Felizmente não acabou e eu estou a tentar de tudo para que isso não aconteça, mas queria tanto puder dormir ao lado dele e acordar abraçada a ele como sempre acontece quando temos esse privilégio. Por vezes parece que tudo está contra nós. Se ao menos morasse perto dele, se andassemos na mesma escola. O meu problema é querer aproveitar todos os segundos com ele, mas não é possivel. Nem tudo é como queremos. Demore o tempo que demorar eu espero, espero pelo dia em que sejamos uma família, com três lindos filhos - dois meninos e uma menina - e uma casa, só nossa. Já passaram oito meses e apenas o que mudou para mim é que o amo cada vez mais. Um dia, será o primeiro dia do resto das nossas vidas, juntos, como uma família.

00:26
17.03.2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

Não pode ser verdade

Ainda preciso tanto de ti. Ainda nos falta passar por tanta coisa. Íamos ter três filhos, a nosso Íris e os nossos dois putos. Íamos viajar, o quanto me esforcei para juntar dinheiro durante estes tempos. Ia-te sustentar. Ia ser eu a passar a roupa a ferro, eu sei como o detestas. Íamos ficar juntos tantos anos. Tantos sonhos que eu tinha. Íamos ter uma casa, e poder dormir juntos todos os dias. Ias cozinhar para mim todos os dias, em todas as refeições. Ia fazer-te chegar tarde ao trabalho. Íamos ter discussões atrás de discussões quando fossemos para a faculdade. Íamos ficar juntos. Tantos sonhos. Preciso de ti. Não me abandones, eu tento mudar, prometo. Só não me deixes. Amo-te, disso não podes duvidar.
05.03.2013
00:16

Fim

Dói tanto. Queria que fosse só mais um pesadelo mas deste eu não estou a conseguir acordar... e dói tanto.

21:20
04.03.2013

domingo, 3 de março de 2013

Sorrir versus Chorar

Eras tu. Era a ti que eu ligava sempre que estava mal, e tu num instante fazias-me sorrir. Eras tu que me fazias não chorar. Eras tu que me compreendias tão bem. Eras tu que me fazias sentir a melhor pessoa do mundo. E eras a pessoa que eu tinha tanta certeza que nunca me iria magoar. Isso até eu te abrir o meu coração, já não és a mesma pessoa, só mudas-te comigo. Fazes-me chorar sempre que falamos, magoas-me como ninguém o faz e dizes-me coisas que nunca pensei que ouviria vindo de ti. Afinal, quem és tu agora? Eu adorava quando passeávamos, tínhamos as nossas histórias, cada dia passado juntos era mais um dia para relembrar como os meus dias favoritos, mas agora já não existem dias só a sorrir, dias sem preocupações, dias sem discuções. Agora tu, tiras-me o sorriso, fazes-me chorar, agora fazes-me sentir a pior pessoa do mundo, fazes-me duvidar de mim, não me compreendes, magoas-me mais e mais e nem sequer tentas mudar isso. Quem me dera que me desses valor como davas antes, que fazias de tudo para sorrir e davas-me os abraços mais longos do mundo que eram capaz de curar tudo. Aí o sentimento era menor, mas era mais valorizado. Onde é que tu estás? És a melhor pessoa do mundo mas para toda gente menos para mim. Preciso de ti como antes. Quando me fazias surpresas, fazias-me sorrir e rir a toda hora, quando fazias de tudo para ficar um pouco mais comigo, dormias ao meu lado, e isso era a melhor sensação do mundo, para mim e para ti. Agora tudo o que passámos parece que é mais um fardo para ti, uma obrigação, um hábito, já não vejo aquela paixão, aquele sorriso, aquele olhar com tanto carinho. Tenho saudades tuas, mas não do que és agora. Tenho saudades de como eras antes. Sinto a tua falta. Será que isto é de todo o stress e responsabilidades que temos nesta época, será isso? Preciso de férias, preciso de ti, preciso de valor, preciso de atenção, preciso de sorrir. No início eu tinha saudades de sentir tristeza, já nem sabia o que isso era. No entanto, agora, eu tenho saudades de ser feliz, sinto falta.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Pieces of me ♥

São as melhores pessoas do mundo!

Pedro Topete
Família

Vanessa Pera
Maria Cunha
Ricardo Ribeiro
Leandro Costa
Gabriela Bernard
Marcelo Silva
Tiago Ferreira

Alexandre Cunha

Catarina Costa

Sophia Queirós

Francisco Hora
Wilson Soares
António Afonso
Ricardo Rodrigues
Israel Maia

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Atenção

Foi mais uma noite que dormi ao lado dele, é tão bom acordar e vê-lo ali bem ao meu lado com os braços à minha volta, no entanto sinto as coisas diferentes. É sempre difícil adormecer numa cama que nao seja a nossa, muito mais na parte de cima de um beliche, e da maneira como dormimos - abraçados, pernas entrelaçadas - é natural que quando acordo e inconscientemente me mexo ele tenha tendência de acordar comigo. E hoje, tive um pesadelo... ele com sono tem pouca paciência para o que quer que seja mas apesar disso ainda tentou, disse que estava tudo bem e num instante adormeceu novamente. Pouco tempo depois voltei a acordar dessa vez pedi-lhe um abraço, ele recusou-se a dar-mo, senti-me sozinha, o quanto eu precisava dum abraço, de um pouco de atenção, rapidamente me virei para o lado, chateada, só queria que ele me abraçasse e pedisse desculpa, ía fazer-me sentir melhor, mas não, rapazes parece que temos de lhes dizer tudo. Enfim. Quando finalmente acordamos recordei-lhe do abraço que me recusou, estava a dar-lhe mais um hipótese de me abraçar e pedir desculpa mas não, reclamou o facto de o ter acordado. Eu durmo, eu mexo-me e acordo, obviamente ele ao estar tão junto a mim acaba por acordar e vice-versa. Mas não interessa, afastei isso da minha cabeça. Mais tarde, voltou a fazer tudo mal, pouco depois de termos acordado saiu da minha beira e foi jogar, depois de ter perdido três vezes seguidas deitou-se novamente à minha beira, no entanto pouco tempo se manteve assim, voltou para o computador e começou a ler manga, eu só o queria ao meu lado. Quando se cansou disse que ía a casa, aí perguntei-lhe se ía embora, ele respondeu que eu ja sabia que ele tinha coisas para fazer, disse que voltava, esqueceu-se foi da parte que eu tinha dito ontem numa conversa que ía com ele, foi e nem se despediu, fiquei lá à espera que voltasse... Quando eram oito horas o meu amigo tinha de ir embora, ou seja tinha de lhe ligar rapidamente para ver se ainda estávamos juntos, depois de quatro chamadas nao atendidas e duas mensagens por responder vim-me embora, sozinha. Eu não tenho remédio, lá estou eu a pensar na possibilidade de as coisas estarem a mudar, não tenho culpa, é o que tenho sentido, tenho medo que me tome por garantida e assim as coisas se estraguem. Desta vez não lhe vou ligar, ele que procure falar comigo, que sinta o que eu sinto - falta de atenção - e que repare que estou triste por estar sem ele. Bem, mas isso estou sempre, mesmo que estejamos todos os dias juntos, que posso fazer? Sou carente, preciso de demasiada atenção e amo-o demasiado.
Só queria receber uma mensagem, agora mesmo, a dizer: "estou cá fora, vamos dormir juntos. Hoje e dou-te toda a atenção que precisares, anda rápido, devo-te um abraço e eu disse-te que voltava". Enfim, estou a sonhar acordada. Ainda bem que ele não vai ler este desabafo ía morrer de vergonha se ele soubesse o quanto preciso de atenção e dele. Agora vou dormir, não me apetece fazer mais nada.
22:34 16.02.2013

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Alma gémea

Não sei o que pensar, mudou tudo tão rápido.
O que eu pensava que eram coisas apenas da minha cabeça afinal eram bem reais, eras tu novamente.
Lembro-me de tantos pensamentos antes de ir dormir em que tu e eu éramos mais que apenas amigos, pensamentos que permanecem de à dois anos para cá, mas bem, isso era só um daqueles pensamentos antes de dormir que ninguém iria descobrir, que só eu sabia. Só um pensamento, nada mais. Acho que o melhor que temos no mundo são os pensamentos, serão apenas nossos, sempre e só os partilhamos se quisermos realmente e tu eras algo que não queria partilhar, não da maneira que eu imaginava. Era tudo tão estranho, mas nunca, jamais seria realidade. Afinal, quem imaginaria, eu e tu juntos, tu não devias ser de certeza.
A distancia afastava esses pensamentos, esses sonhos acordados de uma vida em conjunto, não como tínhamos, não como amigos, era algo mais, mas acabavam ao fim de um tempo, havia algo que preenchia esse lugar.
Sempre disse, se um dia escolhesse um rapaz seria como tu.
Pensamentos malditos que voltavam quando nos reaproximávamos, não, Jéssica isto nunca ninguém saberá e além disso daqui uns tempos voltam a desvanecer-se. Mas o pior é que também um tempo depois voltavam, por vezes longos meses, mas sempre voltavam.
Até que os pensamentos voltaram, mas não antes de dormir, eram mais reais, não eram como antes que os meus olhos estavam fechados, mas sim quando estavas bem à minha frente. Um olhar rápido para os teus lábios, como seria um dia se... mas não, tinha de os controlar, mesmo que não leias os meus pensamentos eu sabia que me conhecias e podias reparar. Controlar isso ainda era capaz, mas e o batimento cardíaco acelerado quando me abraçavas ou estavas mais perto de mim... isso era sem dúvida mais difícil, bem que tentava mas esperava mesmo que não o conseguisses sentir ou mesmo ouvir.
Amizade como qualquer relação tem como base a confiança e isso nunca nos faltou, disso eu tinha orgulho.
Alma gémea, o que nos diz, uma parte de nos, metades que se completam, sou eu e tu e seremos sempre.

2012

Dias sem fim.

Sinto a tua falta. Não que estejas longe mas estás distante. Um dia sem ver o teu sorriso deixou de ser um dia bom. Estou a ser egoísta, tanta gente em pior condições que eu e eu aqui a queixar-me. Mas sinto-me como se nada fizesse sentido, afinal todo este tempo estive contigo, e já são dois dias sem ti. Não, não tenho direito de me sentir mal por isso, mas eu gostava de te sentir perto de mim. Uma simples prova de que queres continuar comigo. Era o que eu queria. Mas tu parece que nem te importas, que nem tens saudades e ficas chateado mas eu não merecia que descarregasses em mim. Hoje sinto-me fraca, à dois dias levaste a minha força contigo quando me despedi de ti e entrei no autocarro. Queria tanto ter ficado contigo, ontem queria tanto ter dormido abraçada a ti, e hoje ter acordado cedo para receber um abraço. A culpa também é minha, mas tudo parece que se uniu para nos fazer estar desta maneira. Distantes. E eu hoje nem uma mensagem, a avisar-me de que eram horas e minutos iguais, no telemóvel da minha irmã recebi tua. Sabes que ela está sempre comigo. Isso tem significado para mim. Porque por um certo tempo sei que apenas eu cobri os teus pensamentos, quando reparaste nas horas, escreves-te uma mensagem dirigida a mim e enviaste, só esse tempo tem valor para mim, porque é uma certeza que posso ter. Eu hoje tentei, tentei concentrar-me em todas as aulas para esquecer que não te iria poder abraçar, e consegui, mas então quando cheguei, sozinha, ao portão da minha escola, após o toque de saída e não vi ninguém que conhecia, embora sabendo que tinhas treino a dois ou três minutos dali. Senti frio, senti-me arrepiada, mais do que a qualquer minuto hoje. Sim, isso é um sinal de que me senti triste. Funciono assim, esteja sol, a chover ou uma ventania insuportável. E daqui a um mês muitos acreditam que é o fim do mundo, só espero estar a teu lado, pois aconteça o que acontecer, gostava de que estivesses comigo, até ao meu último suspiro. Tinha saudades tuas. Tive saudades tuas. Tenho saudades tuas. Só queria saber que ainda te importas. Tenho medo de que te fartes de mim. Tenho medo de te perder. E sim, sem dúvida, eu amo-te, porque se o que sinto por ti não é amor, então amor não existe.
19:53
21.11.2012

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Aqueles dias que estás tão sensível que as lágrimas parecem que vão inundar o teu quarto? Conhece-los? Hoje é um dia desses, para mim. A única coisa que queria era uma lareira, um sofá, umas pipocas, e ele. Eu e ele em conchinha. E o que tenho? Uma imensidão de palavras duras que me fazem querer explodir. As palavras empurram todas as minhas lágrimas pelo meu rosto, lágrimas que nascem no canto de cada um dos olhos que sempre se deliciaram a aprecia-lo. E o que tenho? Um fardo de saudades que carrego, tão pesado que nem consigo andar, como se todos os meus músculos estivessem presos por uma corda de fraqueza. Tudo o que eu queria era ele, comigo. À chuva, ao sol, em qualquer estação do ano, logo que pudesse ver o seu sorriso aproximar-se de mim e transformar-se no beijo que tanto desejo. Só o queria a ele, aqui, ao meu lado.


26.12.2012
14:59

terça-feira, 31 de julho de 2012

Fogo

As melhores coisas da vida são inesperadas. Agora sim eu sei disso. Nunca pensei que um sorriso que já permanecia à tanto tempo voltasse agora, ele existia mas agora tem outro sabor. Agora eu sei viver com as perdas, sei dar valor ao que me aparece, sei viver. Pensar já deixou de ser tão presente no meu dia a dia, agora sei aproveitar as coisas com o tempo, sem pressa. Já tinha ouvido falar nessa filosofia de vida mas só agora a vejo realmente. Afinal só necessito do que já tinha à muito tempo, mas com outra maneira de ser, é suficiente para me deixar feliz.
O fogo é como a vida, tem cor, dá-nos luz, dá-nos calor, mas se alguém o apaga é preciso mais madeira para o reavivar, e agora tenho-o com tanta imensidão que quem o tentar apagar, queima-se, pois a madeira é muita, e essa é a minha felicidade que não deixo que destruam, a luminosidade da minha vida.

02:46
01.08.2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Friendship

O mundo já me meu grandes dias, mas vocês é que os fizeram valer a pena!
As melhores pessoas permanecem sempre.
A definição de amizade: é sem dúvida isto!

Irmãs zangam-se, gritam, explodem mas ficam sempre unidas.

Mãe e irmãs, nem tudo é de sangue mas é de coração.

Quem nos poderá conhecer melhor que os nossos irmãos?

Amigos são mesmo isto, inesperados. 

Um abraço é o que mostra o que temos sem precisarmos de palavras.

Os caminhos mesmo paralelos acabam por se cruzar.

As mais irritantes, as mais chatas mas as minhas irmãs.

A cumplicidade é inexplicável.

Família: não têm que morar na mesma casa, têm sim de se sentir em casa quando estão juntos.

O que é verdadeiro vai, mas volta sempre.



sexta-feira, 16 de março de 2012


"Ao longo da vida ambos tivemos sonhos, algo que nós desejavamos. A diferença é que eu transformei os meus sonhos em objetivos e pretendo alcança-los. Já tu, continuas a sonhar e isso não faz com que se tornem em realidades."

Jéssica Pera
16.03.2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012






"Já alguma vez tiveste o coração dividido em duas pessoas?
Eu não, mas já tiveste o meu coração dividido em dois por apenas uma pessoa"


Jéssica Pera
19.01.2012

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



   
 
   "Cada um acredita no que quer, eu acredito no que sinto." 





Jéssica Pera
21.12.2011

sábado, 17 de dezembro de 2011








  "Sei onde te encontrar, só não sei se queres que te encontre."




                                                             03.08.2011
                                                 Jéssica Pera
                                                         
ainda sinto falta.





   Dantes pensava: "quem me dera estar contigo pela primeira vez". Agora penso: "quem me dera voltar a estar".



11.06.2011
Jéssica Pera